quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

O Dia da Fertilidade - José Newton Araujo

Sinto o cheiro da mulher,
Que exala da fêmea no cio,
A seiva que de repente jorra dos seios, espirra...
Os lábios carnudos, entreabertos, ávidos pelo sexo
Na oferta deste amor efêmero.

Volúpia do beijo no mamilo intumescido
Alimentando-me com a sua doçura
Na pele morena e morna, a carne dura
Nos corpos, carícias profundas, profanas,
Que culminam na penetração em busca do gozo.

Troca de posições,
No quarto a meia luz,
Realçando a sede de amor, sublime loucura
Sussurros, tremores, no longo beijo curtido
E em seu corpo totalmente escondido
Sinto-a úmida, donde escorre o prazer.

Os movimentos no inicio compassados,
Mãos que passam pelos cabelos despenteados
Íntimos olhares que se cruzam apaixonados
Ritmia acelerada, agora já quase alvoroçados
Instintivos gritos, sob o travesseiro, abafados.

As unhas cravadas na minha perna
Nas línguas que se procuram angustiadas
A mordida no pescoço arrepiado.

É o orgasmo que chega, ardente e sincronizado,
Do ritmo frenético ao êxtase de poucos segundos
Quando então a vida pulsando,
Passa entre os corpos gozando
Transmitindo a sensação do amor verdadeiro.

E com ternura, resta apenas o roçar dos lábios
Permanecer juntos, entrelaçados, cansados,
O calor dos corpos misturados, molhados,
Com as mãos fortemente apertadas, suavemente
Como se o amor circulasse entre veias comuns.

Irreversível e eterno, infinitamente belo
Transformado em palavras, eu sei
Juras de amor, que o tempo decerto desfolhará
Permanecendo viva na minha lembrança
A imagem gostosa desta covinha linda.

Nenhum comentário:

Postar um comentário