segunda-feira, 21 de julho de 2014

Fred Medeiros

Ela estava ausente. Não havia nada a presentificar onde deveria estar. Nenhum fio de cabelo se movia, nenhuma pálpebra batia, nenhuma lágrima caía. Estava ausente da vida, das rotinas e até mesmo do mar que insistia a quebrar nela as suas ondas, mas como a dizê-la que tudo passaria? Estava fora do seu corpo, a embalagem que vestia a sua ausência fazia com que os outros acreditassem que ela ainda existia, andava e comia, quando apenas sobrevivia.

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